terça-feira, 28 de abril de 2009
Paladar
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Ser
Gosto de me sentir entorpecida. De não me sentir. Anestesiar meus sentidos, à procura de momentos de vazio. O confortante nada. O quarto, antes todo preenchido, agora é só eco e escuridão. Ouço-me, numa repetição infinita e circular, que teima em me amedrontar. Em assombrar.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Aspas
(Fecha aspas)
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Conto de Fadas
ali, vivem os apaixonados - dirão os terráqueos.
Vou te levar pra morar na Lua. Viveremos só de amor. Materemos a sede através de carinhos sinceros e abençoados - a fonte que brota meus sentimentos não irá se secar. Vou matar sua fome e saciar minha vontade - nos alimentaremos de sexo, assim como seu ventre se alimentará do meu gozo. No lugar do vinho, vamos nos embriagar de beijos molhados e ardentes. Minha boca há de apreciar cada golada que tens a me oferecer - estarei constantemente bêbado!
Na Lua, andaremos pelados, iguais a Adão e Eva, sem ter roupa suja pra lavar. Seremos vizinhos de Jorge e nosso animal de estimação sera um Dragão. Do nosso quintal avistaremos a Muralha da China e toda a Via Lactéa. Planteremos estrelas no jardim e criaremos uma constelação de filhos!
Vamos embora para a Lua. Lá seremos amigos do rei Sol. Serei seu príncipe encantado e serás a dona dos meus pensamentos. Meu cavalo branco será um cometa em chamas e nosso castelo feito de meteoritos. Seremos enfeitiçados por uma bruxa boa. Não haverá o dia e a noite, nem o ontem e o amanhã. Seremos eternos amantes, predestinados a um final feliz. Felizes para todo o sempre. E fim!
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Cores, flores, amores.
Hoje vou te reinventar dentro de mim. Te pôr a limpo num papel novo e amar diferente tudo outra vez. Porque me canso de ser todo dia sim e me torno um não. Vou te reescrever numa cor diferente, talvez um vermelho tão intenso quanto os sentimentos que carrego. Darei toques de verde escuro pra que cuidem do nosso futuro com muita esperança.
Quero te refazer sempre, pra não deixar que nada envelheça e perigue morrer. Vou te desmontar e remontar várias vezes, numa ordem diferente, sem faltar pedaços. Quero tudo que você tem, mas às vezes você pode ser sim, e deixar um pouco de ser não. Vou te entregar meu amor reciclado. O mesmo que nasceu numa semana de afinidades. Reciclei esse amor pra te dar de presente, tirei o que já estava gasto e juntei mais pedaços de vida nele.
Hoje vou te reinventar dentro de mim. Não que eu precise de outro amor, mas é que eu preciso saber que as coisas saem sempre do lugar, e que mesmo o meu amor, apesar de seguro, às vezes precisa brincar de ser outro. Assim como nós dois às vezes brincamos de nos odiar, sabendo que o ódio não existe. Assim como nós dois às vezes brincamos com as palavras e acabamos nos ferindo, mesmo sabendo que o que sai da boca, nem sempre vem do coração.
Meu amor, prometo cores, flores e amores pra nova vida. Que os nossos novos eus sorriam muito mais que hoje e ontem. Vou comprar muita tinta, vou estender um arco-íris pra você passar. Vou dar vida aos nossos novos caminhos, que já se adiantaram a nós. Vou te amarrar uma cordinha pra você não se perder, e vou soltar quando você pedir pra caminhar um pouco mais.
Esse é o nosso mundo novo, num amor reinventado. Agora corre, que ainda existem muitas páginas antes de terminar este capítulo e muita tinta, muita cor pra viver.
domingo, 12 de abril de 2009
Godê
Pra terra, verde falta tempero. Verde da embalagem de Sazon, do cheiro de mato, verde maconha, verde bandeira, verde da quase extinta nota de um real. Talvez o verde dos seus olhos ela goste. O amarelo do seu cabelo ela não gosta. Nem do amarelo de sol, da cerveja e de alguns sorrissos. Aquele jardim todo colorido lhe enjôa. Só não sei falar extamente que cores eram porque, pra falar a verdade, quando estou com você não tenho olhos para mais nada. Já quase bati o carro porque não notei o vermelho do semafaro. Não enxergo nada, nem o vermelho do semafaro nem o do eslmalte da mulata. Nem da roupa da vitrine, do batom, nadinha.
Ainda tem o tempo. Esse é que não enxergo mesmo. É so deitar no seu colo. Ele pode passar em rosa choque que eu não vejo. E é ai que me fica a dúvida: será que a sete palmos do chão, quando a terra comer meus dois olhos, vou ver qual o tom o tempo tem?
sábado, 4 de abril de 2009
Janeiro
Prazer em conhecê-lo.